Desculpa pessoal por ficar assim tanto tempo sem escrever. Novamente, sempre postando as opiniões mais tardias de todos os tempos. HAHAHA. Desta vez, o episódio em destaque é o piloto de The Handmaid's Tale, uma série do Hulu (um dos serviços de streamming rivais da Netflix e do Amazon) baseada no livro de mesmo nome da autora Margaret Atwood. A história mostra uma distopia onde do que conseguimos entender, a mortalidade infantil e a infertilidade da humanidade chegou em níveis extremos. No meio disso, acontece uma grande guerra civil nos Estados Unidos por conta disso e partir de todas essas situações, todas as mulheres perdem sua liberdade de serem o que são e vivem numa espécie de teocracia rígida ao extremo com mulheres servindo realmente como objetos para fazerem filhos. A série conta sobre uma dessas moças. Uma moça que tem "o dom" da fertilidade.
Antes de ver, observava que todos ficavam aos mil elogios com The Handmaid's Tale. E agora posso dizer que sou uma dessas pessoas. Que piloto incrível. Fui conferir o meu arquivo de vídeo para verificar se a legenda do mesmo estava sincronizado e acabei vendo o piloto inteiro mesmo ele possuindo quase uma hora de duração. A ideia de distopia com população infértil não é um tema que é super inédito (temos sobre o tema, o filme Os Filhos do Amanhã e a série The Lottery, do Lifetime) mas The Handmaid's Tale conseguiu ser extremamente bem executada. Impossível não conseguir se indignar com a situação das mulheres, que deixaram sua identidade e servem apenas para os homens em geral. No que deu para entender, existem três "castas" de mulheres: as esposas (a mais alta, que possuem maridos e que a protegem e tudo mais), as "serviçais" (que são inférteis, que não possuem um marido e trabalham para suas esposas) e a mais baixa de todas: as aias (que são as mulheres férteis que tem apenas o objetivo de darem filhos e nada além disto). Bizarro é perceber que mesmo sendo a mais baixa dessa hierarquia por não terem sequer o direito de olhar ou falar com outras pessoas sem autorização, as aias são super protegidas e praticamente rodeadas por seguranças (os Olhos).
Falando mais da história do piloto, somos apresentados para Offred (De-Fred, fazendo uma tradução diretíssima), que a Aia do Comodante Fred Waterford. É mostrado um pouco da história antes dessa guerra civil e a situação lamentável da mesma. E caramba... premiem Elisabeth Moss por favor. A mulher está num nível de atuação acima do normal. Ela consegue expressar raiva, horror e nojo ao mesmo tempo apenas com o olhar. Sem falar nenhuma palavra. O que sabemos de antes da linha do tempo da série, era de que seu nome original era June, uma mulher já casada, que teve uma filha, a Hannah, e uma grande amiga lésbica, Moira. Infelizmente a June acabou sendo capturada pelos Os Olhos e levada ao Centro Vermelho, onde reencontra Moira e é treinada da pior forma possível a ser submissa e apenas servir ao homem como uma reprodutora. E se aparecesse alguma pessoa que se recusasse a fazer algo, bem... sofrerá as consequências, como a menina que teve seu olho direito arrancado por falar demais ou da outra que "olhou e desejou um homem" (mesmo tendo sido estuprada). Realmente interpretaram o versículo bíblico de "que se seu olho direito o tropeça, então arranque-o". =[
Nos dias de hoje, June, agora Offred, serve aos Waterford, praticamente não solta uma palavra de sua boca, sai apenas para ir ao mercado com Rory Gilmore Ofglen, já que como uma aia, não pode fazer compras sozinha, e naquela noite, é obrigada a fazer o ritual onde tem de fazer sexo com o Fred para poder engravidar. A cena do sexo e do ritual é algo tão triste e constrangedor. Dava para ver que ninguém estava contente em fazer tudo aquilo. O Fred não gostava por não ser uma pessoa que ele tinha intimidade. A esposa dele, Serena, não gostava por ser obrigada a observar todo aquele momento. E Offred nem precisa explicar, já que foi estuprada. Claramente uma cena de ficar totalmente sem jeito e em choque.
As cenas dos dias seguintes foram o que me deram essa conclusão grande de que as aias são mega protegidas, onde todas elas se reúnem para a execução de um moço que estuprou uma das meninas, que ocasionou no aborto da mesma. A execução com as aias matando eles na base do soco foi um momento por alguns instantes me deu um certo êxtase. Mas ai pensei que tava gostando de ver alguém ser morto na base da porrada e isso me entristeceu. (-OIQ) E além de mostrar mais sobre algo que as aias fazem, descobrimos um pouco mais da Ofglen, que não era uma moça assim tão sem graça como a Offred achava que seria. Ofglen é uma lésbica que teve esposa e filha e olha, estou bem curioso em conhecer Ofglen e no que ela tem para nos contar.
E no final do episódio, fomos revelados ao verdadeiro nome de Offred e que por mais que ela odeie tudo o que faz, tudo é pra conseguir o seu objetivo de se reencontrar com Hannah. Espero muito mesmo que encontre ela e que terminem tudo feliz. A mulher precisa muito ter um pouco de alegria. Alias, qualquer mulher precisa ser feliz. Tudo soa tão triste e tão pesado... Esse novo Estados Unidos na guerra civil parece ser pior do que possa conseguir imaginar.
Encerrando o texto sobre The Handmaid's Tale, por mais que tenha escrito horrores sobre o episódio, ainda não sinto que captei tudo o que senti e do quanto eu gostei do episódio e da série. Tudo tão triste e tão revoltante que é impossível não ficar vidrado no seriado e querer acompanhar a história da June em reencontrar sua filha no meio desse mundo distópico e terrível. Indico bastante a série mesmo com tantos momentos de triste no ar. *-*
P.S.: A cena do padre católico, do homossexual e do médico de aborto enforcados é bem curtinha mas é mais uma das provas do quanto que esse novo Estados Unidos é um lugar bem complicado.
P.S.S.: Gosto tanto do fato da Offred ser bem desbocada em seu voiceover. Sempre muito sincera e muito maravilhosa.
P.S.S.S.: Sabemos bem que o motorista da casa é um Olho. E por que será que ele fez nada para a Offred quando ela "o olhou"?
P.S.S.S.S.: Tenho medo de descobrir como é essa Colônia de onde esse pessoal mais rebelde vai. =\
P.S.S.S.S.S.: Sou das pessoas que acham que a Moira está viva ainda. Assim espero.
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