Um dos melhores episódios que já vi
Me disseram que o piloto de Six Feet Under era um dos melhores já feitos pela história da televisão. Sabe o que digo? Estão muitíssimos certos. Que episódio magnífico de início foi esse? Tudo na medida certa. As cenas dramáticas foram ótimas demais. E as cômicas também foram excelentes. Num momento você fica rindo com alguma coisa ou frase feita e minutos depois já fica mudo com algo que acontece.
Me disseram que o piloto de Six Feet Under era um dos melhores já feitos pela história da televisão. Sabe o que digo? Estão muitíssimos certos. Que episódio magnífico de início foi esse? Tudo na medida certa. As cenas dramáticas foram ótimas demais. E as cômicas também foram excelentes. Num momento você fica rindo com alguma coisa ou frase feita e minutos depois já fica mudo com algo que acontece.
A série, um clássico da HBO, conta a história de uma família "comum": os Fishers, que são donos de uma funerária. Que de comum tem nada porque essa família é desfuncional pra caramba. No episódio, fomos apresentados aos cinco membros dessa família: Nate Fisher, o dono da funerária; Myrtle Snow Ruth Fisher, a esposa de Nate e mulher controladora; Adam Braverman Nate Fisher Jr., o filho mais velho dos Fishers e o único de lá que consegue ser mais normal; Dexter Morgan David Fisher, o filho do meio e homossexual que provavelmente, ainda não é assumido pra sua família; e por último, a Claire Fisher, a mais nova e antes dos 15 minutos do episódio já aparece ela usando metanfetamina com aquelas pessoas que de longe se vê que não são de confiança.
A trama do piloto se refere a morte do patriarca da família, que morre num acidente de carro, que bate num ônibus. Nisso, já vou começar com os elogios: a forma de que como cada membro da família reage a morte do homem foi incrível. Claire fica nervosa e sem conseguir agir direito, ainda mais porque recebeu a notícia com ela drogada. Nate recebe quando fica transando com a Brenda, uma avulsa moça que acabou de conhecer no aeroporto enquanto esperava pelo seu pai. David e Ruth recebem no meio do funeral que estavam preparando e... foi foda quando Ruth derrubou o assado que tinha feito, o desespero que ela teve... Palmas pra Frances Conroy que estava perfeita em cena. Aliás, ela foi perfeita no episódio inteiro. A cena dela no funeral, desabafando tudo pros filhos e confessando que ela traia o marido com um homem viúvo, com quem saia várias vezes para acampar foi sensacional.
Mas nada é tão destruidor quanto a cena do funeral, com o Nate se recusando a jogar sal e jogando pedaço de terra. O que ele fala também é incrível!
"Para que esse saleiro? O que é esta caixa hermeticamente fechada? Esse teatro todo ao redor da sepultura? Tenha dó! Isso parece cirurgia. Limpo, anti-séptico, comercial. Ele era nosso pai! Pode recheá-lo com produtos químicos, cobri-lo com maquiagem... e colocá-lo para tirar uma soneca no quarto ao lado. Mas o fato permanece, David. O único pai que tivemos se foi! Para sempre! E isso é terrível. Mas faz parte da vida, e não dá para aceitar isso... sem sujar as mãos."
Palmas lentas pra essa parte. Essa e a cena da Ruth também jogando terra. Todas fantásticas e todas me deixaram impressionado com o drama pela cena.
O interessante disso tudo é que não existe a parte trágica na série. A parte mais cômica também é boa. Eu adorei a presença do Federico, o reconstrutor de faces da funerária. Mesmo nesses momentos pesados, com a morte de alguém e tudo, a cena dele conversando com uma mulher sobre o rosto que ele reconstruiu do marido dela foi bem engraçadinha. Sem falar dos comerciais que ficaram passando ao decorrer do piloto. Como não amar esses comerciais de produtos de funerária com um monte de pessoas sorridentes? Ficava de cara com a cretinice disso. HAHAHAHA
Vale comentar também das partes que o Nate Fisher Sr. aparece pra conversar com cada um. Confesso que esse negócio de aparecer gente morta dando tchauzinho pra alguém é muito Cold Case, mas ainda assim gostei de cada aparição dele. E a cena final, com o Nate vendo seu pai vendo seu pai subindo num onibus, ele dando adeus embaixo de uma placa escrita "Uma Boa Noite de Sono" ao som de "Waiting" de The Devlins é duma poesia tão linda que novamente tive de bater palmas por aqui.
Lindo, emociante e cômico na medida certa. Six Feet Under é definitivamente uma série que merece ser assistida por todos. Até o próximo episódio.
P.S.: A cena das mulheres sicilianas ao verem o caixão de um ente querido foi curta mas muito real. Essa cena, junta com a do funeral do Nate Fisher Sr. eu irei levar comigo pelo resto dos meus dias.
P.S.S.: E de novo falando da cena acima, a discrepância entre os dois funerais (e por que não, dos funerais brasileiros) é tão grande que não dá pra não chocar. Das idosas da Sicília foi simples, mas tudo muito emocionante enquanto o do próprio dono da funerária parecia algo "ensaiado e correto" demais. Deve ser por isso que a parte do Nate e da terra foi muito boa pra mim.
P.S.S.S.: Mais um momento poesia no episódio. Nate Fisher Sr. morre na véspera de Natal. Uma morte numa data de celebração ao nascimento de Cristo...
P.S.S.S.: Mais um momento poesia no episódio. Nate Fisher Sr. morre na véspera de Natal. Uma morte numa data de celebração ao nascimento de Cristo...
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